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NAQUELE BAIRRO ENCANTADO

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— Sinopse

Um grupo de velhos mascarados visita um bairro da cidade povoando o cotidiano dos moradores com imagens saudosistas do passado. No Episódio I – Estranhos Visitantes, o grupo realiza uma intervenção teatral na qual o público é convidado a fazer um passeio pelo bairro, enquanto os mascarados realizam ações cotidianas e estabelecem relações com os moradores e transeuntes. Já no Episódio II – Ensaio para uma Serenata, o grupo sai pelas ruas oferecendo canções nas residências, com um repertório constituído de músicas populares de meados do século passado que compõem o espetáculo itinerante.

— Release

Naquele Bairro Encantado foi criado em 2011 na região da Lagoinha – um bairro com grande importância histórica para a cidade de Belo Horizonte (MG), mas muito castigado por intensos processos de urbanização viária e pela “cracolândia” que lá se instalou. Os atores alugaram uma casa neste bairro, para ser habitada pelos velhos mascarados que se inseriram no cotidiano dos moradores. Remetendo a figuras de outros tempos, como senhores e senhoras idosas vindos do passado, os mascarados propunham um jogo em que a sua identidade nunca era revelada. Desse modo, os atores já chegavam no bairro devidamente caracterizados e só entravam e saíam de sua residência como mascarados. Ao trazerem uma imagem saudosista, despertavam a memória dos moradores, convidando-os a compartilhar suas lembranças e histórias.

O resultado dessa experiência gerou o espetáculo de rua “Naquele Bairro Encantado”. O espetáculo propõe ocupar o espaço de um bairro com alguma importância histórica para a cidade, mas que, preferencialmente, se encontre abandonado pelo poder público, numa tentativa de incentivar a valorização da auto-estima dos moradores locais, e, ainda, de sensibilizar a população da cidade como um todo, para a importância de recuperar e manter as histórias destes locais.

No espetáculo um grupo de atores mascarados, caracterizados como velhos, trazem à tona histórias e hábitos do passado, propondo um jogo capaz de gerar grande curiosidade na população local, pois os atores nunca retiram as máscaras, deixando sua identidade oculta. Ao trazerem uma imagem saudosista de um tempo que já se foi, os velhos despertam a memória dos moradores, convidando-os a compartilhar suas lembranças, histórias e imagens. Desse modo, os habitantes locais não são vistos como público, mas como parceiros de um jogo que se constrói em cena aberta pelos diversos espaços do bairro. Os moradores tornam-se, então, espectadores e participantes de um teatro que, de forma tácita e sutil, invade o seu cotidiano.

O espetáculo se fundamenta nos princípios cênicos das máscaras populares brasileiras, na intervenção urbana, em conceitos da estética relacional. Foi a partir destas referências que o grupo Teatro Público criou uma série de procedimentos de construção dramatúrgica presentes no espetáculo capaz de problematizar os limites entre ficção e realidade dentro de um contexto urbano.

O espetáculo se divide em dois episódios que são apresentados separadamente e que se complementam. No Episódio I – Estranhos Visitantes, os mascarados habitam o cotidiano do bairro como simples visitantes, realizando atividades, como frequentar o comércio local, conversar com as figuras lendárias da região, conhecer os locais mais importantes daquela localidade, tudo isso com o objetivo de estabelecer relações com os moradores, tematizando aspectos históricos e sociais daquele bairro ou região, que foram previamente estudados pela equipe. No Episódio II – Ensaio para uma Serenata, os moradores são convidados a se juntarem aos os mascarados para fazerem uma serenata. Munidos de violas, cavaquinhos e instrumentos de percussão, o grupo sai pelas ruas oferecendo canções e poesias nas residências, em um ato de gentileza e valorização da memória coletiva da comunidade, de modo semelhante ao que ocorria nas antigas serenatas, nas quais os apaixonados ofereciam, com fervor, versos e canções à sua amada. O repertório musical constitui-se por canções populares brasileiras da década de 50 e 60.

Direção: Rogério Lopes
Dramaturgia: Larissa Alberti
Atuação: Diego Poça, Larissa Alberti, Luciana Araújo, Marcelo Alessio, Rafael Bottaro e Rafaela Kênia
Direção musical e preparação vocal: Eberth Guimarães
Figurinos: Juliana Floriano
Criação e confecção de máscaras: Fernando Linares
Produção e realização: Teatro Público

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